segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Não há sono e a adoração pelo nosso lado animal


Sobre o acto de bocejar:

"Bocejar pode ter evoluído como uma maneira de um indivíduo cansado influenciar o resto do grupo a parar e descansar."

Tradução livre de um excerto do livro "The Gap: the science of what separates us from other animals" de Thomas Suddendorf.

Adoro conhecer as bases de coisas completamente banais e aparentemente inúteis no ser humano. Especialmente se essas coisas apelarem ao nosso lado mais animalesco e primitivo, como o facto de, possivelmente, a generalidade dos homens apreciar mulheres com um decote bem preenchido porque um grande par de mamas se assemelha ao rabo de uma mulher com boa anca, logo, boa parideira... reminiscências de um passado em que o kamasutra só contemplava o doggy-style.
Vamos a ver, e grande parte das coisas que fazemos agora não passam de instintos camuflados por uma capa daquilo a que chamamos racionalismo, gosto pessoal e civilização. 

6 comentários:

  1. não há dúvida... mas a camuflagem também torna tudo mais complexo e divertido...mas penso que as motivações para quase todas as nossas acções são infuenciadas pelas nossas necessidades mais básicas e animalescas. Obviamente que o "socialmente aceite" tem uma força cada vez maior e chega a limitar a vida de tal forma que já nada se vive consoante aquilo que precisamos mas consoante aquilo que "devemos fazer". Isto já se processa de forma inconsciente, anos e anos, décadas e décadas, séculos e séculos... Queremos ser...ou parecer...seres civilizados superiores as leis da natureza.

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    1. Concordo contigo, caro Anónimo. De facto, a camuflagem humana tem imensa piada, especialmente quando conseguimos espreitar por debaixo dela. Ficamos a pensar "tens a mania que és esperto, mas afinal...".
      No entanto, acho que o "socialmente aceite" não é uma limitação às nossas necessidades básicas mas sim uma forma de as cumprirmos. Fazer o socialmente aceite é o nosso lado animalesco a dizer que somos um animal que vive em comunidade e precisa dela para sobreviver. É o nosso lado de manada a dizer que, se estamos fora do grupo, somos uma presa mais fácil.
      E é isso mesmo, basta ver a forma como, ainda hoje, a sociedade trata os ditos "outcasts". És gay? Pintas o cabelo de azul? Tens uma tatuagem sem ser o teu nome no fundo das costas? O que não falta são lobos a darem trincas em forma de bitaites.
      E aí, ou corres mais rápido, ou és comido pela depressão.
      Triste realidade...

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    2. hmm sim também me parece um bom ponto de vista mas de certa forma acho que o tal afastamento do nosso lado mais animal (que sem dúvida persiste) devia dar-nos mais espaço para a individualidade e a criatividade (já que vivemos num universo mais complexo/pensado)... mas não sei se isso são sonhos meus se é a realidade... tendo a misturar as duas coisas...será uma estratégia de sobrevivência? Continuo surpreendida com a evolução da nossa raça... Existe uma questão interessante que me colocaram este fim de semana... na verdade não foi nenhuma questão, mais uma afirmação "O ser humano já está tão evoluido que já não necessita da natureza, são duas dimensões completamente distintas". Não concordo mas é outro ponto de vista.

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    3. Queres mais criatividade do que criar uma máscara de desenvolvimento social sobre os nossos comportamentos mais instintivos? Mas entendo o que queres dizer...
      E também não concordo com esse ponto de vista que te apresentaram. Humanidade e natureza são coisas que não se separam. Tudo é natural, até o que nós fazemos. Somos seres biológicos, fazemos aquilo que sentimos necessidade de fazer. São duas dimensões nunca distintas porque nem sequer são duas dimensões... é apenas uma. Não é por fazermos prédios e usarmos telemóveis que somos menos naturais. As formigas constroem estruturas gigantes e lançam químicos para o ar para comunicarem umas com as outras...
      A evolução de uma espécie é um processo natural e, por isso, tudo o que resulta daí, faz parte dessa evolução, ou seja, da natureza.

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  2. Tambem gosto desses factos e possibilidades de coisas banais. E o conceito de eu bocejar e o patrão mandar fechar o tasco para irmos dormir...é algo que me agrada

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    1. Vai tentando! Se resultar, entre sestas, passa por aqui para relatar a cena.

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Aceitam-se pires de amendoins.