segunda-feira, 6 de julho de 2015

A lavagem do sexismo

Numa entrevista, Dustin Hoffman fala sobre a sua experiência fazendo o papel de uma mulher, num filme.

"Se era para ser uma mulher, queria ser tão bonita quanto possível. Eles disseram-me 'Isto é o mais bonito que te conseguimos fazer.'
E eu fui para casa e comecei a chorar em frente à minha mulher e disse 'Tenho que fazer este filme.' E ela disse, 'Porquê?' e eu disse 'Porque eu acho que sou uma mulher interessante quando me vejo no ecrã e eu sei que, se me conhecesse a mim própria numa festa, nunca iria falar com aquela personagem porque ela não preenche os requisitos físicos, as exigências, que somos criados a pensar que uma mulher tem que preencher para que a convidemos para sair.'
Ela disse, 'O que estás a querer dizer?' e eu disse 'Há demasiadas mulheres interessantes que eu não tive a experiência de conhecer nesta vida porque fui sujeito a uma lavagem cerebral.' Não é o que eu senti que é ser uma mulher. É o que senti sendo alguém que as pessoas não respeitam pelas razões erradas."

Tradução livre da entrevista de Dustin Hoffman para o American Film Institute.

2 comentários:

  1. Está bem visto. Mas também pode acontecer ser a própria mulher interessante a não querer conhecer alguém que a avalia e decide o seu valor apenas pelos requisitos físicos...

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    1. Pode acontecer de tanta forma...
      O problema é quando as pessoas (mulheres e homens), por força da sociedade, começam a acreditar que realmente o seu valor está dependente de requisitos físicos.

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Aceitam-se pires de amendoins.