sexta-feira, 8 de maio de 2015

Vida de adulto

A vida de adulto é, por si só, um grande desafio, constituído por muitos enormes desafios mais pequenos. 
Acho que um dos mais complexos, mais desafiantes, mais impossíveis de ser ultrapassado com nota vinte é o de sobreviver mantendo os princípios que (em princípio) se criaram naquela fase de crescimento pós-adolescência. Quando, mais do que se optar por ganhar a vida (profissional e socialmente falando) ou manter os ideais, se tem que saber jogar com o equilíbrio entre conservar a forçada vénia às circunstâncias e não perder aqueles pensamentos utópicos da juventude.

Quando é que um sorriso amarelo vale mais do que aquilo em que acredito?
Quando é que o que vai cá dentro se deve sobrepor ao tempo que faz lá fora?
Quando é que o burro baixa as orelhas? Quando é que o burro ensina línguas?

14 comentários:

  1. É todo uma descoberta de integração na sociedade adulta em que muitos ainda nos vêem como menininhos sem objectivos

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    1. É mais um dos problemas da vida adulta, esse que referes. E conheço-o bem porque aos 26, se cortar a barba, fico com 16.
      Mas esse acaba por ser um mal menor. Pior é mesmo a questão do que se tem que fazer para viver e dos valores de que tem que se abdicar... ou pelo menos ocultar para receber um salário no fim do mês.

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    2. Eu tenho 22 e já tive clientes a perguntarem-me se tenho idade para trabalhar e como rapariga não tenho barba que disfarce ;)
      Em questão ao resto, quando começas a entrar na idade adulta começas a ter que engolir mais sapos e tendo em conta a conjuntura actual sujeitares-te a coisas mais desagradáveis

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    3. Oh... como eu sei disso. Entretanto, tornei-me pro em sorrisos amarelos. Sou uma simpatia!!

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    4. Também eu. É ser uma simpatia por fora e ter os pensamentos cheios de "filho da p***"... vida linda

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    5. Quantos tiros de caçadeira imaginários dás por mês?

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    6. Muitos e só faço fins-de-semana ;)

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  2. Não é fácil, meu caro, não é fácil.

    Tenho de debater-me todos os dias com esses conflitos morais, fruto da profissão que exerço. Mas tenho aprendido a "moldar" certas situações de forma a que se encaixem cada vez mais nos meus parâmetros éticos.

    Vamos fazendo por isso.

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    1. E os teus parâmetros éticos, não se vão alterando também?

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    2. Por mais estranho que possa parecer, acho que se têm vindo a aprimorar.

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    3. E a prática corresponde à teoria?

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  3. A partir do momento em que deixas de ser criança e passas a ter consciência real das consequências dos teus actos, acho que vais sentir isso para toda a vida. Até porque depois de te sentires seguro na tua posição de adulto surgirão outros desafios como, por exemplo, a paternidade, que (imagino) te vão fazer sentir mais dúvidas. Para agravar, a crise que alguns países vivem vem adensar estas questões, já que é mais difícil ter emprego e a probabilidade de termos de baixar as orelhas aumenta.

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    1. É precisamente esse o problema. Há que equilibrar o fazer o que tem que ser feito para sobreviver e o que é aquilo em que acreditamos (e que pode ir contra ao que tem que ser feito).

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Aceitam-se pires de amendoins.