quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Bolseiro

Há coisas que, de facto, identificam os cientistas/bolseiros de investigação deste país, especialmente entre eles.
Para essa casta da sociedade, o estado de quase escravatura moderna, nas mãos de diferentes elementos, instituições ou circunstâncias, é uma normalidade.

No caso de haver um elemento que não esteja a trabalhar, em conversa sobre o futuro, nunca se diz naturalmente "quanto estiveres novamente a trabalhar" ou "quando voltares a estar empregado". Diz-se "quando voltares a receber".
O dinheiro na vida de um cientista/bolseiro é quase um extra. Em Portugal, não temos profissão, temos estilo de vida.

2 comentários:

  1. Um dos melhores retratos que li sobre este "estilo de vida", e cada vez mais verdadeiro, com pos-doc a viverem de bolsas de técnicos e PI's de bolsas de pos-doc... Isto quando as há, claro. No meu caso consegui fugir ao "sistema" ao entrar para uma start-up. É igualmente precário, nem sempre pagam a tempo e horas, mas a palavra-chave é contrato e, consequentemente, subsídio de desemprego.

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    1. A fuga ao sistema dependerá sempre mais da sorte do que de outra coisa qualquer. Por acaso também já tive a sorte de lhe fugir por isso sei do que falas mas, a maioria dos bolseiros tem que ir à wikipédia descobrir o que é "subsídio de desemprego".

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Aceitam-se pires de amendoins.