sexta-feira, 7 de março de 2014

Os WCs

WC Homens.
WC Senhoras.
WC Deficientes.

Em primeiro lugar, a já aqui discutida diferença entre os homens e as senhoras. Porque não senhores? Porque não mulheres? Questão que me parece que vá manter durante tempos, possivelmente, infinitos.
Depois, porquê deficientes*? Nascer com uma deficiência é como ter simultaneamente dois cromossomas X e um Y? Adquirir uma deficiência após o nascimento é como fazer uma operação de mudança de sexo? Quartos-de-banho a serem usados por pessoas com dificuldades físicas têm, obviamente, de ser adaptados. Mas porque é que essas adaptações não estão à partida incluídas nos WCs de cada um dos sexos? Em vez de se construírem três divisões, que se façam duas maiores. Não me parece que haja necessidade de uma desgeneralização. Não me parece que se deva fazer adaptações especiais quando o mais correcto seria as facilidades serem gerais e banais (ou o mais gerais possíveis, abarcando a maior diversidade corporal humana possível).

O que, entretanto, nos leva a outra questão: a separação dos géneros. Homens, mulheres... e bigéneros, intersexos, transgéneros ou o resto das dezenas de hipóteses que agora o Facebook permite seleccionar?
Voltando às bases binárias (para simplificar), há assim tanta necessidade de divisão de espaços? As paredes que dividem os espaços entre sanitas são as mesmas para ambos os lados e os urinóis não são obrigatórios. Qual o grande mal de se ter um espaço para toda a gente? Mais que não seja, o dinheiro que se poupava seria certamente significativo. Em última análise, acabava-se a questão de "quem é mais badalhoco nos WCs públicos?".

E, já agora, nem todas as mulheres usam saia quando fazem xixi!

*Considerando-se, aqui, que se fala apenas de deficiência física, acreditando no que indica o boneco na cadeira-de-rodas.

6 comentários:

  1. Isto poderia dar uma tese :P
    Eu aceito que haja uma casa de banho adaptada, sem estar incluída nos WC's de "géneros": primeiro, por uma questão logística, em que todo o espaço teria de ser adaptado e cada m2, por vezes, é pago a peso de "ouro"; segundo, há pessoas com deficiência que necessitam de outra pessoa para o acompanhar e auxiliar no WC e poderia ser constrangedor se o acompanhante não fosse do mesmo género que o portador de deficiência.
    Eu não defendo os WC's mistos simplesmente porque poderia dar azo a um elevado nível de promiscuidade e acabavam-se com os fetiches. E depois, nas discotecas, os pares iam comer-se para longe dos olhares curiosos e nós não teríamos nada para comentar...Think about that ;)

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    1. Entendo o que dizes em relação à parte económica. Mesmo assim, não sei até que ponto um compartimento à parte não fique mais caro que a total adaptação de outro. Quanto a constrangimentos, estes existem por causa de uma sociedade que os cria quando eles não deveriam de existir... já que estamos na utopia de WCs mistos, mantêmo-nos utópicos e vamos sonhar com uma altura em que um deficiente pode ir acompanhado ao WC sem constrangimentos.
      Quanto ao nível de promiscuidade: LOL. Se calhar até reduzia, tendo em conta que haveria uma teórica maior concentração de pessoas no WC. Ou achas que o facto de haver distinção de géneros evita alguma coisa, actualmente? Se achas, fica aqui o wake-up call: não evita! Aliás, deve ser maior fetiche um casal fugir para o WC de um deles, do que simplesmente fugir para o sítio onde toda a gente vai. O fruto passa a ser menos proibido um bocado. E, largando a utopia, os casais vão sempre comer-se à frente dos olhares curiosos... e dos não curiosos...

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  2. Concordo contigo na medida em que as wc de deficientes regra geral são meramente espaços maiores. Já vi noutros paises que a terceira divisão há lavatorios mais baixos espaços maiores e portas electricas para evitar problemas a pessoas com necessidades especiais. Não necessariamente que só precisem de um espaço onde manobrar uma cadeira de rodas. Quanto aos espaços diferentes de homem e mulher, acho que passa mais por tradição do que outra coisa...há todo um culto de ir à wc em lugares publicos...provavelmente algumas pessoas sentiriam-se inibidas e não é por isso que passa a ida à wc. Enfim...mas compreendo-te

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    1. Pois! Há locais que, de facto, têm grandes adaptações... mas há outros que apenas têm mais espaço e portas de correr mais difíceis de abrir do que portas normais...
      E sim, o resto será tradição. Inibição é algo que se perderia rapidamente quando a aflição fosse muita.

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  3. No edifício em que trabalha, a casa de banho dos deficientes é o esconderijo de alguma malta que fuma e é demasiado preguiçosa para ir lá abaixo. Ou isso ou há uma estranha e abundante deficiência que faz com que os deficientes larguem fumaça quando vão ao WC...

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  4. Se calhar são as únicas pessoas que usam o WC, por falta de deficientes no teu local de trabalho. O que nos faz voltar à questão económica: montes de WC adaptados não são sequer usados, mas têm que ser limpos na mesma...

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Aceitam-se pires de amendoins.