quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O gosto da arte

Será possível fazer-se arte sem se gostar do que se faz? Não me refiro ao sentido de se achar que a execução artística é boa ou má, mas sim se o criador consegue olhar para a sua criação e não gostar dela por aquilo que ela é.
Se calhar o não gostar até poderá ser parte do conceito do artista. Ele pode criar a coisa mais feia que consegue... mas, ao mesmo tempo, se é essa a sua intenção, poderá ele desgostar do que faz? Será possível contradizer-se de tal forma?

Foi o pensamento que me surgiu... do nada...
Não gosto.

18 comentários:

  1. Para mim um dos melhores exemplos é o Andy Warhol, que adoro.

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    1. Adorava o que fazia. Fazia era arte do "nada".

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    2. Verdadeira arte, fruto da criatividade, vem do nada. Daí ser CRIAtividade.

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  2. Penso que apesar devem gostar do que fazem, seja que tipo de arte for. Mesmo que o conceito seja não gostar, o artista tem de ficar contente com o resultado para finalizar a peça não? É o meu pensamento :)

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    1. Pois. Também acho isso. A minha questão era mesmo se era possível o contrário... o não gostar.

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  3. eu já vi tanta coisa que penso que a arte muitas vezes passa pelo masoquismo... se isso é positivo ou negativo...humilhante ou digno... Pronto é uma questão que fica para alguém com sabedoria universal responder... Tenho muito contacto com arte e a mim preocupa-me muito mais a arte que não é arte e que é vendida como tal... a arte que engana e o facto de já não existir "arte" em alguns "chamados" artistas. Onde estão Amadeu e Almada que tanta falta fazem ?

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    1. Acho que o conceito "arte" é cada vez mais subjectivo. E se calhar tudo acaba por ser arte... Eu sei lá. Os limites que eu próprio decidi definir para a arte são basicamente algo do género "se foi feito com a ideia principal de vender, então não é arte". Se calhar chega-se à arte mais facilmente por exclusão de partes do que por afirmação.

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    2. sim claro que a arte vive da subjectividade...mas dúvido do ser humano quando um jovem estudante de arte em inglaterra pretende perder a sua "virgindade anal" em público para mostrar a importância da temática. Vi um cão (adoro cães não é essa a questão) mas um cão a andar pelo CAM e isso foi considerado uma performance artistica (o cão não faz nada para além de ser fofo). Vi um senhor na Bienal de Cerveira todo sedado numa gaiola com galinhas... esta arte não é para vender...e está arte já não é chocante... nem sei classificar isto... mas pronto obviamente que liberdade de expressão acima de tudo e penso que existe muita gente que deve achar isto genial... mas o que é importante na arte (para mim) é a "experiência" é o "sentimento" e para mim essas coisas não me fazem experienciar nada, não me fazem sentir nada, nem me levam a lado nenhum. Mas são opiniões... mais uma vez a subjectividade...

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  4. e desculpa estar a chatear (é um tema um pouco revoltante para mim) sorry...

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    1. Chateia à vontade. Os comentários estão abertos (também) para isso mesmo.

      Entendo o que dizes. E sim, concordo plenamente. Porque, na maioria das vezes, a arte é feita para as outras pessoas, para ser apresentada a um público e, quando é esse o caso, acho importante que o artista tenha o público em consideração. Não me importo com apresentações ou performances que pareçam demasiado aleatórias e presunçosas para serem consideradas verdadeira arte, COM UMA CONDIÇÃO: tem que haver uma explicação para o público. Pegando no teu exemplo: não era apenas deixar o cão passear. Era dizer a quem vê porque é que se colocou o cão a passear.
      Essa ideia de dar liberdade total aos espectadores para pensarem o que quiserem para mim acaba por ser desculpa para falta de criatividade. Acho que se deve dar o mínimo de informação para o público ter com o que pensar sobre a obra... um mínimo de background porque, à partida, o artista cria algo com algum pensamento.

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    2. concordo... também posso ter sido ignorante por não ter compreendido a mensagem dos artistas... este tema dá sempre horas e horas de conversa... quase pior que política...

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    3. Pois... isso é o que eu acabo sempre por pensar também. "Sou tão burrinho. Não estou a perceber um c*ralho do que está para aqui a acontecer."
      Se calhar não está a acontecer nada e eu sou burrinho é por querer perceber.

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    4. querer perceber/compreender/aprender nunca é mau... mas sim também cheguei diversas vezes a conclusão que afinal não valia a pena o esforço (mas sinceramente voltava a tentar perceber para depois pensar "WWWWWWHHHHHHHYYYYYY?????" lol a minha justificação é sempre "random sh** happens" (o que me dá algum conforto

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    5. E depois vês aquelas obras vendidas por muitos milhares e tu não entendes porquê, quando até tu conseguias fazer aquilo... e surge a resposta "conseguias... mas não fizeste!"

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    6. lolol sim adoro isso... lolol não a questão que se põe é que até tu, eu ou o Chewbacca fazia algo mais jeitosinho... lolol mas pronto isso pelo menos torna a arte divertida...o entretenimento hoje em dia justifica tudo... já não há barreiras lol

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    7. Diz antes que o entretenimento é usado como justificação para tudo. Não quer dizer que o justifique...

      Arrrrrgggggggghhhhh

      (Isto era o Chewbacca a responder. Chamemos-lhe de arte!)

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  5. O Chewbacca é sempre arte... como costuma dizer uma amiga minha: a crise de valores sempre existiu, não é actual, nem deixará de existir. Criamos ideais demasiado utopicos e por muito que queremos que o mundo seja "perfeito" (perfeição, outro conceito bastante subjectivo), ele nunca será. Mas pronto comunicar, falar e discutir leva pelo menos as pessoas a pensarem... e pensar, ter espírito crítico e ter opiniões é sempre valioso...

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    1. Sim. Até porque os valores vão sempre mudando e a adaptação aos mesmos nunca acontece à mesma velocidade da mutação. Ao menos que se pense... é melhor que nada...

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Aceitam-se pires de amendoins.