segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Sobre as manifs

Concordo totalmente com a realização de manifestações públicas, quando os motivos são válidos. Acho muito bem que o povo vá para a rua e demonstre o seu descontentamento por aquilo que tem que demonstrar. No entanto, concordo ainda mais com a realização de coisas com sentido e aplicadas à realidade do momento.
Sejamos sinceros, quando foi a última vez que uma manifestação em Portugal causou de facto alguma mudança positiva no decurso das coisas? Nem para abrir os olhos as manifs têm servido. É notícia no telejornal à hora de jantar do próprio dia e à hora de almoço do dia seguinte e... fica-se por aí. Uns dizem que foram milhares de cabeças, outros dizem que foi meia dúzia de gatos pingados; e nunca mais se fala da meia dúzia ou dos milhares que foram para a rua com as melhores intenções e palavras de ordem do mundo. E a nível internacional o resultado é ainda pior; no máximo temos Espanha a dar uma pequena referência ao caso.
Chegou-se a uma altura em que, semana sim, semana não, o pessoal se junta numa qualquer praça conhecida e aquilo que é um exercício da liberdade de expressão de um povo descontente passa a ser também uma banalidade.
Porque não dar um rumo diferente à coisa?
Em vez de passeios até à Assembleia da República, porque não juntar o pessoal todo e toda a gente escrever numa folha de papel os mesmo motivos de descontentamento e as mesmas possíveis resoluções? Porque não fazer com que essas folhas de papel sejam enviadas para o Governo, as estações de televisão, rádios, jornais, nacionais e estrangeiros? Porque não aproveitar os mesmos meios digitais que servem para convocar os encontros para fazer chegar ao mundo as mesmas palavras saídas das milhares de bocas de um só povo? Porque não ultrapassar a banalidade? 
Não é o país que precisa de saber que se está mal. É o mundo! 

6 comentários:

  1. Surpreendentemente não podia estar mais de acordo!

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    1. Não é mau eu não ser o único a pensar assim. As coisas têm que ser feitas... mas têm que ser feitas com inteligência. E evitar que as televisões acabem por entrevistar meia dúzia de gente que nem sabe ao que foi.

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  2. Concordo! As manifestações tornaram-se banais...e sinceramente não me parecem que sejam o caminho a seguir para demonstrar o desagrado. Já todos sabem que não estamos bem, que não gostamos de muitas medidas governativas, etc e etc, contudo ninguém se chega a frente com outras medidas, com algo que nos agrade e beneficie mais.

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    1. Quem está cá dentro já sabe que não se está bem, porque é que não se está bem. Quem está lá fora não... as manifestações típicas já são tantas que, por esse caminho, nunca chegarão a saber. As manifestações são apenas "mais uma"...

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  3. Haja alguém que pensa exatamente da mesma forma que eu. Mas eu sou mais arrojada, que há tempos, propunha no blog uma espécie de flashmob. Por acaso acho que chegaste a ler.

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    1. Honestamente, não me lembro se li. Flashmob? Bem... isso seria sem dúvida de valor a nível de organização... bem mais difícil do que o que eu sugeri... o problema é que iria afastar algumas pessoas.

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Aceitam-se pires de amendoins.