quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Como ser Lana del Rey

"Muda o teu nome. Usa uma máscara. Veste-te como belo lixo. Veste-te como os teus ídolos de infância. Conhece as tuas próprias fantasias. Torna-te nelas.
Fala como uma boneca nervosa. Canta como um fantasma. Escreve melodias que soam como veludo derretido. Escreve canções que soam como uma queda no mar. Deixa-te levar pelas tuas próprias melodias melancólicas. Perde-te dentro dos teus próprios sonhos drogados.
Reveste-te totalmente em arte. Estetiza os teus sentimentos. Apercebe-te que o artifício tem a sua própria forma de ser autêntico. Percebe que a parte de ti mais verdadeira é a fantasia de quem tu tentas ser. Filma-te numa montagem de todos os teus sonhos até te tornares neles. Lembra-te que a transformação não é o mesmo que fraudulência. A verdade não tem cronologia definida. Matar o teu antigo eu não é assassinato se ela nunca tiver existido de todo.
Torna-te a tua mística no teu motivo. Cria as tuas próprias falsas tragédias. Confia à internet todos os teus imaginados anos em que viveste um parque de roulottes. (…)
Percebe que só te sentes segura quando olhas do outro lado do reflexo distorcido dos teus próprios sonhos. Receia que um dia alguém chegue e te tire esses sonhos."

Tradução livre do texto "How To Be Lana Del Rey", de Rachel Ament.

O texto está centrado numa pessoa, mas podia ser usado para toda a gente. As pessoas são tão pressionadas para serem elas próprias, hoje em dia, que o que acabam realmente por ser é o que as outras pessoas à sua volta pensam que elas devem ser no seu sentido falsamente individual. No fim, acabam por acreditar que aquilo que são é realmente a sua verdade quando, talvez na maioria das vezes, o seu verdadeiro eu é uma multitude de diferentes personagens e vidas.

3 comentários:

  1. "Muda o teu nome. Usa uma máscara. Veste-te como belo lixo."
    Juro-te que pensei que ia ser sobre a Lady Gaga...

    ResponderEliminar
  2. Podia ser sobre Lady Gaga, Katy Perry, blá, blá, blá. Na verdade podia ser sobre qualquer pessoa, exactamente. Porque todos vestimos a máscara que queremos e somos aquilo que queremos, quer seja o que os outros esperam de nós, quer seja uma personagem que nós próprios criámos. :)

    ResponderEliminar
  3. Sim, dava para se aplicar a muita gente, no início do texto, pelo menos. Mas era assim que o título estava e a descrição torna-se mais específica à medida que avança.
    Mas, Helen Berry, será que vestimos mesmo a máscara que queremos? Ou acabamos por vestir a máscara que nos dão e nem sequer nos apercebemos que é uma máscara?

    ResponderEliminar

Aceitam-se pires de amendoins.