terça-feira, 5 de março de 2013

Gente interessante

Não raras vezes me queixo da falta de gente interessante para conviver nos meios em que vivo. Queixo-me que as conversas são sempre as mesmas, que as mentes são sempre fechadas, que os interesses são sempre banais, que as discussões são fracas, que os temas escasseiam ou são evitados... Claro que o interesse de alguém está nos olhos de quem vê mas, para simplificar, que se generalize.

Queixo-me... No entanto, dou por mim a pensar numa coisa: quão interessante sou eu?
A realidade é que as minhas conversas são quase sempre as mesmas, a minha mente aberta é normalmente semi-oculta, não revelo grande parte dos meus interesses, apenas ouço e aprendo com as discussões, não lanço temas que me são queridos, com "medo" de uma impossibilidade de desenvolvimento de conversa. 
Que se generalize. Sou relativamente interessante, mas não me acharia interessante se me visse de fora.
Outra questão surge: as pessoas são realmente desinteressantes, ou somos todos um monte de gente conversatoriamente estimulante, escondidos atrás de um rosto que só quer paz e amor na mesa do café?

20 comentários:

  1. assim muito resumido: se alguém como eu- interessantíssima- te venho ler é pq também tens algum interesse!:)

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    1. Hmmmm, claro... ófe córse! Mas tu não estás no meu meio social real, cara noir...

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    2. E não fosses tu argumentar, arranjar qualquer coisinha, pronto! :)

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    3. Rui Pi tem sempre que dizer algo!

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    4. rait, rait... mas não havia necessidade quide!

      suponho que és aqui o que és na vida social real, logo o que eu disse vale!:P

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    5. Aqui sou parte do que sou na minha vida social real. Assim como noutros sítios sou outras partes. Não posso ser tudo em todo o lado, senão também perde a piada.

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  2. A sério? Isso é deveras desinteressante, ter problemas em dizer o que quer que seja.
    No meio dos meus amigos, as coisas mais estúpidas que pode pensar são para se dizer, temos que nos sentir à vontade, afinal de contas, são amigos right?

    Tens que falar na boa :)

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    1. Dizem que os amigos são a família que escolhemos, mas por vezes não é bem assim. Por vezes há pessoas que são nossas amigas quase por obrigatoriedade, quando se passa a maior parte do nosso dia com elas. Gostar de alguém não implica sempre que se ache a pessoa interessante, especialmente quando se está fora de um meio durante muito tempo e depois se volta a esse meio. As pessoas evoluem para lados diferentes com o passar dos anos. Acabam sempre por se formar grupos de amigos generalistas e grupos de amigos com quem podes falar mais disto ou daquilo. Além disso, eu não partilho a minha mesa de café apenas com amigos. Tenho colegas de trabalho, colegas daqui, colegas dali...

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    2. Mas tu ages como és ou como queres que as outras pessoas pensem que és?

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    3. Ajo como me sinto confortável a agir, dependendo das situações. Não sou menos eu por estar calado. Simplesmente sou um livro menos aberto. É mais a questão de não falar disto ou daquilo por saber que seria um monólogo.

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    4. Mas lá está, quem sabe se falando de algo que gostes não aproximes outras pessoas que tal como tu, preferem não falar por pensar que seria um monólogo.
      Eu já consegui fazer com que muitas pessoas que à partida não iam gostar de algo que eu goste passassem a gostar. Eu já tive pessoas a mais tarde virem-me agradecer por ter "cultivado" aquela parte nelas, o que claro, me deixou bastante satisfeito comigo mesmo.
      Eu acho que é bom marcar a diferença.

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    5. Entendo essa perspectiva... daí a minha questão: se calhar somos todos cheios de ideias fantásticas e estamos todos calados. Há que tentar mudar... Infelizmente, não é em qualquer mesa de café metafórica que se faz isso... circunstâncias e oportunidades são coisas que nem sempre controlamos.

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  3. Cada vez mais somos muito superficiais, as pessoas já não sabem falar nem conviver uns com outros... Refugiam-se atrás destas novas tecnologias para camuflar uma pessoa que muitas vezes nem é... Há uma grande falta de valores, de amizade, de compreensão… vivemos num mundo oco.

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    1. Entendo e concordo com o que dizes. No entanto, não é a falta de valores e amizade que está em causa aqui. Nem sequer considero que esteja em causa a veracidade das pessoas e do que elas são. Simplesmente constato que, por força das circunstâncias, dou por mim a orientar as conversas que tenho conforme a companhia que tenho e a reparar que, se calhar, todos fazemos o mesmo e está um bando de gente interessante a ser desinteressante, sem que a amizade tenha algo a ver com isso.

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  4. Eu acho que nunca nos vemos como os outros nos vêem. Podes ser rotulado de "interessante" por pessoas que te conhecem bem, mas quem te conhece de outra forma pode ter outra opinião. Há um ditado qualquer que diz que cada um tem de mim a parte que merece, ou algo do género,e não sei até que ponto não será mesmo assim...

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    1. Concordo. E gostei do ditado. Se bem que digo também "cada um tem de mim a parte que eu vou mostrando conforme acho por bem mostrar, mesmo não sendo a parte merecida".

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  5. Se não fosse eu aqui neste ermo de lugar, que conversas inteligentes e/ou abertas terias tu (e eventualmente eu)?

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Aceitam-se pires de amendoins.