domingo, 16 de outubro de 2011

Crescer


Cinco anos costumam ser o suficiente para uma pessoa "normal" notar diferenças na sua vida. Cinco anos após a barreira dos dezoito anos de idade, os primeiros cinco anos numa vida fora de casa, deveriam sê-lo ainda mais. Mas nem sempre são.


Cinco anos de vida universitária deveriam servir para, pelo menos, retirar as abas que tapam parte da visão com que muita gente é educada. Deveriam servir para crescimento, para que passados esses cinco anos o indivíduo possa dizer "sou uma pessoa diferente e (muito ou pouco) evoluí". Mas isso é o que deveria ser, não o que é para toda a gente. As ideias retrógradas mantêm-se, a personalidade muito perto do mesquinho e superficial mantém-se... de facto, muita coisa se mantém. Demasiada coisa...

Talvez as pessoas afinal não evoluam. Talvez não haja nenhuma grande mudança. Talvez crescer não seja o verbo correcto. Talvez não se cresça... apenas se passe a mostrar mais ao mundo aquilo que já existia. Talvez as pessoas não mudem.

6 comentários:

  1. Eu compreendo o que queres dizer, acho que passei pelo mesmo quando acabei o curso e ainda por cima tinha casado e a minha vida tinha mesmo dado uma grande volta.
    No entanto partilho o sentimento (nessa altura).

    Mas ism, as pessoas mudam. Mudam tão lentamente que se apercebem que mudaram às vezes demasiado tarde e não dá para reverter a mudança. As pessoas mudam porque a vida muda.

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  2. Entendo o que dizes... mas é estranho. Porque vemos pessoas cuja vida mudou e as pessoas, apesar de adaptadas à nova vida, não mudaram assim tanto. E se eu for a ver bem o meu caso, por um lado mudei... mas por outro, cá dentro dentro dentro, pouca coisa mudou. Como disse, apenas abri o interior para o mundo.

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  3. Adorei o texto. E compreendi-o.

    Ainda vou a meio da minha vida na universidade e não sei até que ponto mudei sinceramente, não tenho a mesma perspectiva das outras pessoas, mas noto, quando penso nas minhas atitudes que sim, já tive umas quantas alterações de comportamentos e atitudes face às pessoas e diferentes situações.
    Mas, por outro lado, percebo exactamente o que queres dizer. Sempre me disseram que era na faculdade que as pessoas cresciam ou mostravam o seu real "eu" e que nem sempre era o melhor. Talvez por isso também dissessem que era agora nesta fase que se iam ver os amigos para a vida mas faz-me realmente confusão como é possível, após 2 ou 3 anos de faculdade, ver que as pessoas optam por ter o mesmo comportamento que tinham quando eram novos, quando andavam no 3ºciclo, no secundário..

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  4. E tudo isto torna-se especialmente estranho quando nos encontramos com alguém que já não vemos à alguns anos e se nota que a diferença é... quase quase nenhuma.

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  5. Acho que a mudança é algo positivo, sei que tenho uma opinião controversa quanto a isso, e muita gente me contraria dizendo que a estabilidade é muito melhor! Eu prefiro a mudança desde que seja para melhor, mais importante do que mudarmos é termos a capacidade de nos reinventar a cada dia! Água parada ganha lodo... Gostei do modo como se pensa por aqui!

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  6. A estabilidade é boa... mas uma mudança positiva pode sê-lo também. Aliás, até pode ser aquilo que leva à estabilidade.
    Obrigado pela visita. Vou já cuscar as Teorias da Catarina!

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Aceitam-se pires de amendoins.