terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Natal social

É fácil criticar a dependênca, a alteração de tradições, a perda de valores. É fácil culpar as redes sociais e as casas com wi-fi e dizer que o Natal perdeu o seu valor. Que já não e o que era, que a juventude esta perdida nos ecrãs.
Mas nao e dificil ver o quanto mais natalício pode ser o nosso Natal. 

Antigamente (há não muito tempo) havia aquela escolha que não era escolha nenhuma: amigos ou família, calhando quase sempre, sem poder de decisão, a segunda. Natal é para a família de perto e de longe. Cada amigo, cada pessoa que, muitas vezes, vive mais connosco do que aqueles com quem partilhamos o bacalhau cozido, fica posto de parte para darmos atenção ao sangue do nosso sangue.
Hoje, vi o Sozinho em Casa pela milésima vez com os meus avós, juntamente com os meus amigos, cada um à distancia de uma fotografia, de uma história no Instasgram. Venci umas partidas de Jenga ao meu irmão, ao mesmo tempo que ia vendo como os meus colegas deitavam abaixo as torres deles rodeados de primos que não são meus. Recebi elogios por um chocolate quente que ofereci a quem pode beber e a quem pode ver. Encostei-me no sofá e alguém se encostou em mim, de longe.

E sorri, porque estava em família, feliz. E na palma da minha mão tinha a minha outra família, a ser feliz com a sua. 
Hoje, não faço escolhas entre os de sangue e os de alma. Hoje, são todos meus e não podia estar mais grato pelas modernidades dos tempos.

2 comentários:

  1. ...pela simplicidade dos tempos, gosto de dizer. porque nós complicamos tanto, para quê?
    O que basta é amor.
    ponto

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Aceitam-se pires de amendoins.