terça-feira, 25 de abril de 2017

Acordar a malta

Dizia (e ainda diz) José Afonso, "Quando o pão que comes sabe a merda (...) o que faz falta é acordar a malta".

Dizia (e ainda diz), mas a voz é pouco ouvida, a letra pouco lida, a mensagem pouco sentida. Numa era em que, mais do que nunca, mais e mais pessoas podem moer o seu próprio cereal, tudo permanece dormente perante o pão mal amassado. Não a dormir... mas dormente. Come-se o pão que sabe a merda, sabe-se que não sabe ao que era suposto saber, mas continua a não se trocar de padaria.
Não disse (ou talvez tenha dito), mas pensou (ou talvez não tenha pensado), que Liberdade também é não se querer usar dela. Liberdade também é contentar-se com o pão sem farinha.

Panem et circenses para quem come o circo e pouco precisa de pão.

Dizia (e dirá) José Afonso, "O que faz falta é acordar a malta!". Porque, na realidade, a malta já tem poder.

Cravos.

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