Nas minhas viagens a pé de casa para o trabalho, vão sempre aparecendo coisas que me fazem sorrir. Aquela criança a saltitar, aquele casal de papagaios inesperado que voa sobre a minha cabeça. Aquele velho que passeia o cão igualmente velho...
Mas estes últimos também me partem o coração. Os pêlos brancos de um condizem com os cabelos brancos do outro. O tremor nas mãos de um condiz com a pata manca do outro. Os olhos já pouco brilhantes de ambos.
O que vejo ali são dois seres que se têm um ao outro. Que se tiveram antes, e que se têm agora, quando a vida está longe de estar longe da morte. Olho para eles e sei que quando um deles morrer, parte do outro morre também.
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Aceitam-se pires de amendoins.